Uma das mais extraordinárias características do cérebro humano é a sua capacidade para nos envolver com o que nos está próximo e se torna parte do nosso “EU”. Ou seja, a atividade do cérebro consegue fazer-nos expandir mentalmente para fora do corpo e prender-nos a pessoas e objetos que funcionam para o sistema nervoso como fazendo parte dele mesmo (e de nós).
A natureza do sistema nervoso, a forma como ele nos faz sentir a realidade (realidade percebida), leva a que nos “prendamos” a pessoas e objetos com os quais temos (e desenvolvemos) uma relação de proximidade. Não se trata apenas de uma questão emocional (embora as emoções possam estar implicadas nesses relacionamentos), mas de efectivas extensões do corpo que o cérebro está sempre a conceber instante a instante. Só se desliga, em parte e temporariamente, quando adormecemos.

Isso está demonstrado experimentalmente com pessoas que sofreram
amputações de membros (e que continuam a senti-los como existindo,
incluindo dores muito fortes) mas também com indivíduos sem
traumatismos. Assim o “campo da mente”, resultante do trabalho de
grandes populações de neurónios, prolonga-se para fora do corpo e toma
como suas uma grande variedade de coisas. O sentimento do “Eu” não se
fica pois pelo corpo mas vai mais além.
A esse processo podemos chamar de “mente expandida”.

CASOS
Esse fenómeno verifica-se, por exemplo, com os grandes músicos em que o
seu cérebro se prolonga nos instrumentos como se fossem (e são) suas
extensões.
Acontece-nos isso quando “adotamos” algumas das nossas roupas e objetos
pessoais (e com os quais desenvolvemos uma relação afetiva, orgânica e
duradoura), para não falar em pessoas.
Esta característica do cérebro explica muitas questões relacionadas com
as ligações humanas, nomeadamente o enamoramento, o fascínio e o
sentimento de perda que tem tanto de psicológico como corporal.
E é esta capacidade do cérebro humano que está a permitir desenvolver aparelhos que funcionarão como próteses do corpo através do pensamento.
A RETER
O mundo transforma-se porque nós próprios fazemos parte do mundo e com
ele nos envolvemos através do corpo e da dinâmica mental (em especial
através dos nossos sentidos e dos nossos pensamentos). Tenha isto em
mente.
António Ribeiro
(A extensão da lista de experiências e observações efetuadas e que
confirmam este fenómeno é grande pelo que me abstive de o fazer. Posso,
porém, adiantar que o Karolinska Institutet (Suécia), a École
Polytechnique de Lausanne (Suiça) e a Duke University (Estados Unidos)
estão entre os grandes centros de investigação do cérebro envolvidos
nestes estudos. Agora recentemente também em Portugal pela Limmit-
Laboratório de Interação Mente-Matéria de Intenção Terapêutica).
Antonio De´Ribeiro,
Master Life Coach & Trainer Ho’Oponopono & Neuromeditação